A incidência de câncer de mama em homens aumentou significativamente nos últimos 15 anos, passando de uma taxa de 0,4 homem diagnosticado com essa doença em cada 100 mil habitantes no ano para "praticamente o dobro".
Em entrevista, o diretor do Instituto Canário de Pesquisa do Câncer (ICIC), Nicolás Díaz Chico, afirmou que, embora o câncer de mama masculino "continue sendo uma doença rara", nos últimos anos "está começando a ser considerada", devido ao aumento de casos conhecidos.
Díaz assegurou que se trata de uma patologia "minoritária e ainda não preocupante" por sua pouca incidência - só um homem para cada dez mulheres sofre desse tipo de câncer -, apesar de ter reconhecido que é "muito interessante do ponto de vista científico".
O professor citou como um dos principais fatores de risco o consumo de álcool, cuja influência na metabolização dos hormônios no fígado pode provocar problemas como o desenvolvimento mamário e dor nos seios. Também há estudos que vinculam essa doença oncológica com o abuso de estrogênios (hormônios femininos) por transsexuais.
O catedrático afirmou que um alto percentual de cânceres mamários estão relacionados a fatores ambientais, e disse que há experiências concretas de mulheres de países orientais, como a China, onde se registra uma baixa incidência dessa patologia, que emigram aos Estados Unidos e acabam desenvolvendo a doença.
Quanto à mortalidade, o especialista ressaltou que esta é mais elevada nos homens que todas as doenças oncológicas, algo ligado a "razões culturais". "As mulheres, em geral, estão mais conscientizadas sobre a necessidade de cuidar de seu corpo", e, por isso, se submetem a um maior controle, o que situa a taxa de mortalidade feminina por câncer de mama "abaixo de 10%", especificou.
No entanto, disse, "se um homem encontra um volume no peito, nem imagina que pode se tratar de câncer, e isso faz com que, às vezes, seja tarde demais".
Nenhum comentário:
Postar um comentário